O aumento expressivo dos preços das roupas, calçados e acessórios impulsiona o mercado de segunda mão no Brasil. Só no primeiro semestre deste ano, a demanda nos brechós cresceu, em média, 30%.

Esse crescimento se deve ao aumento no interesse, principalmente das jovens, em assuntos relacionados à preservação do meio ambiente e sustentabilidade. De acordo com um estudo feito pela Revista Brasileira de Pesquisas de Marketing, Opinião e Mídia, os principais compradores são do gênero feminino entre 18 e 25 anos.

A mudança dos hábitos dos consumidores tem relação com os impactos socioambientais causados pelas fast fashions, que além de incentivarem o consumismo desenfreado, causam graves danos à sociedade.

Outro fator que contribuiu para o aumento na procura por peças de segunda mão foi o alto custo em produtos novos. Em 12 meses, os preços do vestuário acumularam alta de 16,08%, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o Presidente do Sindicato dos Comerciários de Carazinho e Região, Ivomar de Andrade, essa é uma alternativa de empreender e buscar sustentabilidade.

 

Redes Sociais

Pautas sobre o consumo consciente estão em evidência nas redes sociais, principalmente em relação à venda de roupas usadas. A busca pela hashtag “brechó” no Instagram gera cerca de 5,9 milhões de resultados, sendo a maioria anúncios para compra de peças e objetos de segunda mão.

Esse interesse também gerou, durante a pandemia, o aumento de lojas online, que atendiam presencialmente e migraram para as redes sociais.

Antes mesmo da pandemia, Andrade alertava sobre a necessidade de se reinventar constantemente. Hoje, diante dessa nova realidade, é inevitável o comércio não se recriar e não seguir a tendência. “A pandemia acelerou as vendas pelas plataformas digitais e tem apresentado novas oportunidades para o varejo”, enfatiza.

No entanto, boa parte das vendas devem continuar em lojas físicas sem abandonar o digital, voltando, aos poucos, rotina para os consumidores. Trabalhando de forma híbrida, o comércio tem utilizados das ferramentas disponíveis para fomentar os negócios.  “O digital faz parte das nossas vidas, mas o atendimento exclusivo, pessoal e profissional será o diferencial com o uso dos meios digitais como whasapp, instagram e lives”, explica Andrade.